Fui intimada a escrever
Não importava o conteúdo
Desejavam ler
Minhas palavras de veludo
Mas era tudo tão repetitivo
Não conseguia mais
Clássico ou alternativo
Já havia escrito demais
Se era pra falar de amor, do sentimento mais nobre
Se era pra falar de calor, do tecido que cobre
Se era pra falar de vida, do sol e do mar
Se era pra falar de comida, da cebola a fritar
Se era pra falar de sexo, instinto e desejo
Se era pra ser sem nexo, sentidos se esvaindo em um beijo
Se era pra falar de tristeza, de raiva, ira e dor
Se era pra falar de incerteza, dúvida entre "fico" e "vou"
Se era pra falar de saudade, do aperto no coração
Se era pra falar de maldade, da falta de compaixão
Se era pra falar do frio, do corpo tremendo
Se era pra falar do rio, da água correndo
Se era pra falar da morte, poderosa e controladora
Se era pra falar da sorte, sempre a mais desafiadora
Se era pra falar do tudo e do nada
Se era pra jogar o mocinho da sacada
Verso ou prosa
O cravo ou a rosa
Parecia que já estavam todos presentes
E como poderia existir leitores carentes?
Penso que deveria falar do silêncio, do calar
O som da paz, tranquilidade, da harmonia em pleno ar
Era disso que precisavam ler
Será que entenderiam uma folha em branco?
Tudo bem, melhor ser franco
Não tinha ideia do que escrever.
< Aviso aos leitores>
Só volto a postar dia 16.
Obrigada a todas as visitas e comentários, de coração.